Luís de Camões
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Poemas de Camões
06:10 |
Publicada por
Aamelo
Eis alguns exemplos de poemas escritos por Luís Vaz de Camões:
"Amor é fogo que arde sem se ver"
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,muda-se o ser, muda-se a confiança;todo o mundo é composto de mudança,tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,diferentes em tudo da esperança;do mal ficam as mágoas na lembrança,e do bem – se algum houve – as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,que já coberto foi de neve fria,e enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,outra mudança faz de mor espanto:que não se muda já como soía.
"Sempre a Razão vencida foi de amor"
Sempre a Razão vencida foi de Amor
Mas, porque assim o pedia o coração,
Quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!
Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
Que perde suas forças a afeição,
Por que não perca a pena o seu rigor.
Pois nunca houve fraqueza no querer,
Mas antes muito mais se esforça assim
Um contrário com outro por vencer.
Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
Não creio que é Razão; mas há-de ser
Inclinação que eu tenho contra mim.
"Perdigão perdeu a pena"
Perdigão perdeu a penaNão há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamentoSubiu a um alto lugar,Perde a pena do voar,Ganha a pena do tormento.Não tem no ar nem no ventoAsas com que se sustenha:Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,Mas achou-se desasado;E, vendo-se depenado,De puro penado morre.Se a queixumes se socorre,Lança no fogo mais lenha:Não há mal que lhe não venha.
"Verdes são os campos"
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Mais poemas brevemente.
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